Aqueles olhos fundos engravidam
a moça que passa indiferente.
A madureza, essa prenda da vida,
se dissipa em espirais de lirismo.
O coração balança e, balançando,
atira para longe a volúpia.
Nesses movimentos de suaves formas,
seguem em coorte as suas coisas vividas.
Nalgum lugar, eu sei, faz-se um amor
selvagem, enlouquecido, ardente.
Mas nenhum como este, que sem partilha,
faz-se por si mesmo...
'Mas nenhum que sem partilha faz-se por si mesmo'
ResponderExcluirQue verso mais afirmativo de um esplendoroso amor ,sem corpo ,mas, com uma alma agigantada, por essa busca desmesurada de sobrevivência, acalantada nas voagens dos sentidos embriagados de ternura e puro lirismo .Esse AMOR ....Ah,...esse AMOR !!!!
Eu amo esse Luis Miguel...ele me faz pensar, nunca é poesia simples, nem fácil de assimilar!
ResponderExcluirMas, tem uma graça sem par!
"A madureza, essa prenda da vida,
se dissipa em espirais de lirismo.", essas frases poéticas são extremamente profundas e contém o cerne da questão em pauta.
Ele usou MADUREZA, ao invés de maturidade...e passeia pelo poema com os olhos e a experiência de quem já viveu bastante e busca dentro de si lembranças de um amor "que sem partilha, faz-se por si mesmo".E esse amor pensa o poeta acontece naquele momento sendo feito em algum lugar!Linda escolha, Carlos...Lindo poema, beijos no seu coração e nessa bochecha, pelo presente nesta manhã nublada aqui em Fortaleza....