sábado, 2 de julho de 2011

MINEIRIDADE......do Poeta Luis Alberto Miguel Salerno

O Mineiro entre serras e vales, minérios e vocábulos:
é forte como a pedra de ferro que descansa nas entranhas;
é livre como a brisa que sopra nas velhas estradas reais.


E entre silêncios e devaneios, sonhos e sombras:
È rude como as mãos operosas de seus homens de luta e de paz;
É sensível como a alma de seus poetas de versos imortais.


E entre a farsa e a história, falácias e lutas:
É difícil como a palavra mais dura na prosa mansa da tarde;
É fecundo como o leite jorrado das tetas em maternal entrega.


E entre o grito e a indiferença, sertões e veredas:
é recolhido como as pétalas de uma inflorescência insuspeita;
É fundo como os gemidos da amada nas noites profundas.


E entre a fé e o ouro barroco de suas velhas igrejas:
É calado como o fim de um amor do tamanho do mundo;
É retorcido como as árvores do cerrado semeadas na cava funda


E entre dore, verdades contidas e inconfidências:
È solitário como os passos do boi, dia a dia, mugindo no campo;
É esconso como um poema escrito nas águas de um rio manso.

2 comentários:

  1. Carlos, esse Miguelito me atri feito um pão de queijo, é maravilhoso!
    Como descreve bem as SUAS GERAIS! é fantástico e usa umas palavras que há tempos não vejo escritas mas que me calam ao peito como um carinho insuspeito.Tal qual "as pétalas recolhidas de uma inflorescência insuspeita."
    O uso da palavra ESCONSO, adorei...pois é difícil escrever em um plano inclinado nas nas águas de um rio manso e fazer um poema tão belo. Parabéns...BEIJOS CARINHOSOS LUIS MIGUEL!

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  2. Carlinhos querido como todo bom brasileiro,o mineiro re-significa pela força da poesia, Este nosso Miguel arranca suspiro, Sua força tem eco cultural, Fala de Minas de forma geral e profunda. "Calado como o fim de um amor do tamanho do mundo".
    Fala de um amor afortunado, lindo poema.

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