Neste jardim onde passeia
tua ausência,
busco flores pálidas
que ainda te saúdam,
numa espera vegetal
que não se cansa.
E com elas te reportar
á essência das flores,
semeadas, qual seres telúricos,
entre essas covas rasas,
onde agora vagueiam indiferentes
teus passos como derradeira floração.
Flores entre palavras emudecidas,
de um natural silêncio,
que deixa o jardim
pleno dos passos discretos
de tua ausência, sem falta,
sem carícias, sem mãos sequer.
...De súbito, um vulto indistinto
na essencial metafísica de um corpo,
sob a aparência de uma flor,
vai lentamente se modelando,
numa corola de pétalas
envolta num supremo aroma.
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