Á luz branca do poste,
tua estátua surgida
no escuro da noite,
qual uma escultura de sal,
de um branco fiel,
de carne e cosmético,
onde resplandeces em feminina luz.
-Obra surreal inventada da tarde -
Coberta em estranhas vestes
de sonhos e desapontos.
E postas, absconsas,
onde pouco te permite revelar.
Quando do teu branco
é máscara sob o cosmético ?
Quanto te acreditas ser
a máscara que vestes ?
Nada é igual, tudo é espanto,
surpresa, nas coisas da noite.
Nela, a luz, dos teus olhos,
se mistura às estrelas vivas,
refletidas na tua face lívida,
como a mostrar a inconclusa
efígie de uma deusa.
Eis que surge, enfim,
a essência do invólucro sensível,
no mítico segundo de entrega,
que te redime na sublime
metafísica de um corpo em êxtase.
Mas não te espantes, a noite é
tua escrava até que o dia amanheça
nas tuas dobras insuspeitas
e te reinvente na clara manhã.
Bom dia querido Carlos, o meu poeta Miguel escreveu um conto-poesia...acho que assim eu definiria a "ESCULTURA DA NOITE".
ResponderExcluirEssa figura Surreal é a segunda vez que ele a descreve:"de um branco fiel,de carne e cosmético". Parece que ele tem uma atração maior por essa estranha figura que aparece e à medida em que dele se aproxima vai sendo descrita pelo poeta...Figura Feminina, surreal,resplandece em feminina luz, uma efígie incompleta de uma deusa. Ele empresta tanta credibilidade à personagem que ela se torna viva. Descrição com inúmeras figuras poéticas de grande riqueza.Ele coloca: a noite é tua escrava até que o dia amanheça...e sugere que ela possa ser reinventada na clara manhã!O interessante é que no meio do ilusório há um "mítico segundo de entrega que a redime", tornando-a real por alguns momentos.
Carlos, os poemas são de mais fácil compreensão e esse é um texto denso e complexo de difícil análise para mim...Talvez mais tarde voltando à esse mesmo texto eu o veja de outra forma...mas é um excelente exercício, viu poetinha do bem querer? Beijos de goiabada com queijo...rsrsrsrs
Ai,ai meu Deus como é difícil viver! lendo poemas diversos, vou me perdendo nos versos, pois Miguel me deixou nessa, análise não sei fazer, o jeito é me conter, me dobrar na escultura que vc me deixou ler. bj Carlinhos!
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