"Bem-te-vi, bem-te-vi"
canta o pássaro ao longe
na fria manhã de maio.
Eu que procuro me esconder tanto...
Até de mim mesmo sou um estranho,
não sabia que me assistiam assim
tão indiscretos de fora de minha janela.
"Bem-te-vi, bem-te-vi"
canta o pássaro no galho
da frondosa árvore da minha infância.
Mais de meio século procurando me
esconder e, mesmo assim, esse pássaro
curioso a me olhar insuspeito:
"bem-te-vi, bem-te-vi".
- Ah meu pássaro olheiro,
por piedade, não revele o que
vê, neste velho já precoce !
O que vê, nada lhe revela.
Olhe-o com os olhos mais profundos
e busque o menino que ainda vive
neste homem, que soluça de frio
e de solidão !
Poeta Carlos...eu acabo me apaixonando por alguém que não existe! O poeta Alberto Miguel (Miguel é aquele que anuncia). Ele sabe anunciar! Gosto de como ele escreve, é maduro o seu pensar e eu gosto de lê-lo, parece até que o conheço, já sei a palavra que vem antes mesmo de lê-la.Esse homem descrito não precisa de solidão (se o tem é porque escolheu-a)...ele pode sem dúvida nenhuma, acabar com o frio e a solidão que o cobre! Pense nisso Miguelito! Abraços e parabéns pela postagem.
ResponderExcluirpor acaso é heterônimo? tal qual Pessoa????
ResponderExcluirSempre falando sobre místerios, segredos algos que o outro não vê...nenhum misterio nem ao menos segredo será para sempre....Velho jamais...Velho só quando se perdes td e não te animas com nada mais..Lindo bjs
ResponderExcluir