sexta-feira, 17 de junho de 2011

A BOCA DA NOITE.....do Poeta Luis Alberto Salerno Miguel

Sob o véu escuro no desfalecer da tarde,
como sombra da natureza reticente,
em si mesma aberta em tardia luz,
o poeta, antes despiciendo a fria solidão,
recolhida em soturnas pétalas,
inaugura a noite numa treva mais escura
que a própria solidão.


E que, repelida, se abre em furtivo engenho,
qual origem mítica do mundo,
nas mais herméticas formas recolhidas,
numa coisa ainda mais oculta, modelada
em vocábulos, em estreitos versos mais
sombrios que a própria alma anoitecida,
que muitos a chamam POESIA.


Até que a clara manhã insuspeita
reinventa um novo dia !

Um comentário:

  1. Esse poeta me fascina....o fechamento desse poema me fez chorar....adoro o que ele escreve!
    DEle pode postar que tenho certeza será semprelido com interesse e amor....
    "ALMA ANOITECIDA"...interessante, eu estava precisando de um dar um nome à minha alma e sem querer encontrei...almita(alma pequena) enoitecida, taí gostei!

    ResponderExcluir