Hoje a saudade alugou meu coração. Fiz então uma grande viagem no tempo, passando o filme, que tanto gosto de reprisar: "O filme de minha vida". Lá encontro grandes artistas, seres humanos maravilhosos, que certamente ganhariam o "OSCAR", por seu caráter, dignidade, dedicação, sacrifícios, compreensão, amizade, cumplicidade e sobretudo por amor..
Mas, o maior e mais fantástico ator de meu filme, foi sem dúvida nenhuma, meu avô Heleno. Um doce mentiroso, um delicioso descarado,um palhaço meigo,, sábio e bondoso.Tinha respostas pra tudo, até para o impossível e absurdo. Além disso o homem era um grande contador de "causos", encarnava os personagens de suas histórias, de um jeito apaixonante e fabuloso, pois mudava de voz, criava momentos de suspense e tensão, gritava, cantava, dançava, declamava, enfim deixava todo mundo encantado.
Vovô tinha uma estátua de BUDA, feita de madeira de jequetibá rosa, bem pertinho de sua cadeira de balanço, assim, enquanto balançava, passava a mão na careca do BUDA. E dizia para os netos e para quem quisesse escutar, que aquele Buda, outrora fora cabeludo...mas que se tornou careca, por causa de seus carinhosos afagos na cabeça. Vovô dizia que o BUDA tinha 8 filhos: ABUD, ADUB, BAUD, BUAD, DUAB, DAUB, UDAB e UBAD; e que sua força, sua fé e sua felicidade só existiam, por que tinha uma fámilia unida, harmoniosa e linda. Vovô ensinou-nos a contar, todos os nossos segredos e problemas, para o BUDA., pois além de ser um excelente ouvinte, jamais faria qualquer fofoca para alguém.
Várias vezes ouvi vovô gritar assim:"Se existe alguém decente e de confiança nessa casa, só pode ser o BUDA !" Também ensinou-nos a fazer perguntas inteligentes para o BUDA, senão ele não contava causos.
Um dia perguntei a vovô, onde ele tinha arranjado o BUDA ? E ele contou a história assim: - Tava cassano onça/Eu i u cumpadi Juão/O mato tava fechado/Era pura iscuridão........Intão ôvimo um baruio/Fikamu naquela tensão/Di repenti um grito di dor/Ki paricia um canhão...........A onça levô meu amigo/Pru arto dum jequetibá/I inquanto eu rezava/Iscutava u Juão chorá........Mais u medo mi deu coraje/I eu apontei a cartuchera/Mais u tiro saiu errado/Pur causa da tremedera.....O baruio feZ a onça fugi/Mais acertei a bunda du Juão/I u meu amigo gritava meio rôco/Na BUDA não ! Na BUDA não !
E meu avô acrescentou ainda, que no outro dia mesmo, meteu o machado no jequetibá...e usou a madeira, que era muita, pra fazer todo o madeiramento de sua casa. E de uma lasca que sobrou, decidiu mandar fazer uma estátua do BUDA, para homenagear seu amigo Juão.
Num dos nossos últimos encontros, vovô disse que queria falar seriamente comigo. Disse-me que o BUDA sempre foi o seu maior tesouro, disse também que queria, que eu ficasse com ele como herança, por que sabia que um dia eu seria capaz de descobrir muitos segredos da vida através dele.
Hoje o BUDA está sorridente na minha sala...e todos os dias eu passo a mão na careca dele. VOVÔ ESTAVA CERTO, O BUDA È UM GRANDE TESOURO E TEM LINDOS SEGREDOS.
Mas, o maior e mais fantástico ator de meu filme, foi sem dúvida nenhuma, meu avô Heleno. Um doce mentiroso, um delicioso descarado,um palhaço meigo,, sábio e bondoso.Tinha respostas pra tudo, até para o impossível e absurdo. Além disso o homem era um grande contador de "causos", encarnava os personagens de suas histórias, de um jeito apaixonante e fabuloso, pois mudava de voz, criava momentos de suspense e tensão, gritava, cantava, dançava, declamava, enfim deixava todo mundo encantado.
Vovô tinha uma estátua de BUDA, feita de madeira de jequetibá rosa, bem pertinho de sua cadeira de balanço, assim, enquanto balançava, passava a mão na careca do BUDA. E dizia para os netos e para quem quisesse escutar, que aquele Buda, outrora fora cabeludo...mas que se tornou careca, por causa de seus carinhosos afagos na cabeça. Vovô dizia que o BUDA tinha 8 filhos: ABUD, ADUB, BAUD, BUAD, DUAB, DAUB, UDAB e UBAD; e que sua força, sua fé e sua felicidade só existiam, por que tinha uma fámilia unida, harmoniosa e linda. Vovô ensinou-nos a contar, todos os nossos segredos e problemas, para o BUDA., pois além de ser um excelente ouvinte, jamais faria qualquer fofoca para alguém.
Várias vezes ouvi vovô gritar assim:"Se existe alguém decente e de confiança nessa casa, só pode ser o BUDA !" Também ensinou-nos a fazer perguntas inteligentes para o BUDA, senão ele não contava causos.
Um dia perguntei a vovô, onde ele tinha arranjado o BUDA ? E ele contou a história assim: - Tava cassano onça/Eu i u cumpadi Juão/O mato tava fechado/Era pura iscuridão........Intão ôvimo um baruio/Fikamu naquela tensão/Di repenti um grito di dor/Ki paricia um canhão...........A onça levô meu amigo/Pru arto dum jequetibá/I inquanto eu rezava/Iscutava u Juão chorá........Mais u medo mi deu coraje/I eu apontei a cartuchera/Mais u tiro saiu errado/Pur causa da tremedera.....O baruio feZ a onça fugi/Mais acertei a bunda du Juão/I u meu amigo gritava meio rôco/Na BUDA não ! Na BUDA não !
E meu avô acrescentou ainda, que no outro dia mesmo, meteu o machado no jequetibá...e usou a madeira, que era muita, pra fazer todo o madeiramento de sua casa. E de uma lasca que sobrou, decidiu mandar fazer uma estátua do BUDA, para homenagear seu amigo Juão.
Num dos nossos últimos encontros, vovô disse que queria falar seriamente comigo. Disse-me que o BUDA sempre foi o seu maior tesouro, disse também que queria, que eu ficasse com ele como herança, por que sabia que um dia eu seria capaz de descobrir muitos segredos da vida através dele.
Hoje o BUDA está sorridente na minha sala...e todos os dias eu passo a mão na careca dele. VOVÔ ESTAVA CERTO, O BUDA È UM GRANDE TESOURO E TEM LINDOS SEGREDOS.
Nossa que lindo, encantador.
ResponderExcluirLUCINEIA MAGRI